sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ideias e pessoas

Ao revelar em entrevista que votou em Serra para a presidência, Ministro da Defesa Nelson Jobim provocou a ira de gente ligada ao governo da Presidenta Dilma Rousseff. Ao fazer tal afirmação, o ministro disparou: “Votei em Serra. Ela (Dilma) sabia”. “Não costumo fazer dissimulações”. Claro que Jobim foi escolhido para a função de ministro também por indicação da sigla do vice-presidente Michel Temer, principal partido da base aliada.
O fato nos faz pensar: devemos sempre dizer o que pensamos ou é mais recomendável pensar o que pretendemos afirmar?
Nas nossas relações sempre é importante separar pessoas de suas ideias.
Temos no momento fatos singulares e que merecem considerações. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso tem sido elegante com a atual mandatária do país atribuindo a ela palavras de carinho sobre a forma de atuação na presidência. Por seu turno, na data de comemorações dos 80 anos do ex-presidente do PSDB, Dilma mandou uma carta reconhecendo algumas conquistas fundamentais sobre o Brasil do presente, graças ao plano econômico que instituiu o real e estabilizou a economia no tempo de FHC.
Nesta semana, o senador gaúcho Pedro Simon elogiou a gestão de Tarso Genro, mesmo sendo o seu partido o principal opositor. Analisou de forma positiva os primeiros meses de Tarso e disse que reza para Dilma Rousseff fazer uma boa administração.
Numa demonstração de elegância e cortesia o governador no mesmo dia telefonou e agradeceu as manifestações de Simon e convidou-o para um café no Palácio Piratini.
Termina a semana e não poderia ser mais alvissareira a notícia que vem da capital. Todos os ex-governadores estão sendo convidados para um jantar no palácio, no próximo dia 18 de agosto, para celebrar os 50 anos da Legalidade.
Além de mandar o convite por escrito, o governador Tarso Genro pretende ligar pessoalmente para cada um, reforçando o desejo de reunir todos os antecessores para celebrar o Movimento da Legalidade, liderado pelo ex-governador Leonel Brizola que garantiu a posse do gaúcho João Goulart, vice-presidente na época nos acontecimentos de 1961.
Pelo que se sabe cinco ex- governadores e esposas já confirmaram presença: Jair Soares, Pedro Simon, Alceu Collares, Olívio Dutra e Germano Rigotto.
Espera-se que Antônio Britto e Yeda Crusius também compareçam. Ex-governador Amaral de Sousa, com problemas de saúde, deverá ser representado pela ex-primeira-dama Miriam Gonçalves de Sousa.
Em sendo assim, fica demonstrado que ideias podem ser diferentes. Já nos relacionamentos pessoais, os predicados devem ser elegância, posturas democráticas e republicanas.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Qualidade faz a diferença

Prestes a inaugurar novas instalações, um prédio de três pavimentos com mais dois projetados, a FABE (Faculdade da Associação Brasiliense de Educação) dá exemplo de planejamento como indicativo do progresso que se instala. Certamente um tema recorrente em plena sala de aula dos cursos de administração.
É gratificante para a comunidade acadêmica e escolar os progressos materiais, paralelo aos cursos que cumprem suas finalidades acadêmicas e multidisciplinares. A preocupação com a qualificação do corpo docente e a qualidade de ensino também foram primordiais no aprimoramento da instituição.
Este jornal e a Vang FM, são testemunhos vivos de travadas discussões nas nossas redações e estúdios de rádio, com o desejo de implantação dos cursos superiores e a volta da escola dos Irmãos da Sagrada Família para Marau, depois de um período também exitoso em Vila Maria.
Em 1999 criou-se uma comissão com apoio do governo do município, para pensar na implantação dos cursos de nível superior. Após consulta à Associação Brasiliense de Educação, entidade jurídica dos Irmãos da Sagrada Família, solicitando para se tornar a mantenedora e com a concordância, foi criada a FABE - Faculdade da Associação Brasiliense de Educação.
Já no ano 2000, os processos foram encaminhados ao MEC e, em 7 de novembro de 2001, o Diário Oficial da União publicou a portaria 2.394 autorizando o funcionamento da instituição e com ela o curso de Administração Industrial.
A primeira turma de bacharéis realizou sua formatura em 2006 sendo que semestralmente, desde então, nova turma faz sua formatura e outra inicia.
Os anos se sucedem e se estabelecem cursos de Educação em licenciaturas plenas, curso normal superior e Educação Infantil, cursos de Pós-graduação em Gestão Empresarial e Liderança, Estratégias de Aprendizagem.
Nesse mês de julho de 2011 novos cursos foram autorizados pelo MEC: Ciências Contábeis, Tecnólogos de Secretariado e Gestão de Recursos Humanos, que gradualmente serão implantados.
Todos os que emprestaram sua colaboração para tornar realidade os cursos superiores estão no dever de comemorar as conquistas.
A FABE tem como Missão “Formar integralmente pessoas que promovam o desenvolvimento da sociedade local e regional com responsabilidade econômica, social e ambiental”.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pedido relevante

Estamos esperando uma manifestação do estilo da que a contra capa do Jornal de Marau apresenta nesta edição. Só que a iniciativa deve ser da BRF Brasil Foods. Enquanto por aqui oficialmente ninguém fala sobre o futuro, passa pela cabeça de muita gente o medo de perder empregos e alguma de nossas indústrias da marca Perdigão fechar suas portas ou trocar de bandeira. Com a aprovação pelo Cade da fusão de Sadia e Perdigão, com restrições, esta última terá de abrir mão de marcas e alienar fábricas. O acordo está prevendo venda de ativos e suspensão da marca perdigão em algumas das especialidades até por 5 anos. Convenhamos, uma notícia destas em que se diz que dez fábricas de alimentos processados, quatro abatedouros (dois de suínos e dois de aves) quatro fábricas de ração, doze granjas de matrizes de frangos, dois incubatórios de aves e oito centros de distribuição deverão ser vendidos, não dá para dormir sossegado não. Se diz que dirigentes da empresa em questão estão satisfeitas, o mesmo não se pode dizer dos funcionários, que temem a perda de empregos. Para tranquilidade geral, as informações são de que por um período de seis meses, ninguém pode ser demitido. E depois, como será?
Especula-se muito sobre a possibilidade de desaparecer a marca Perdigão e não só a marca, a produção do salame que leva este nome. Especula-se no meio dos funcionários que a parte suína será desativada ou vendida. Mesmo clima e com proporções maiores, reina no município de Serafina Corrêa com ameaças de fechamento ou venda de suas fábricas da Perdigão.
Com autoridades que falamos, transmitem serenidade, dizendo que os dois municípios serão pouco ou nada atingidos. No entanto é preciso ficar bem alerta sobre os prejuízos e as ameaças que pairam sobre nossa economia e na parte social, se por ventura nossas fábricas forem atingidas.
Não é só funcionários da BRF que devem ficar de alerta e preocupados. Marau e Serafina, não podem dormir tranquilos.
É de todo conveniente que os dirigentes da BRF Brasil Foods compreendam nossa preocupação e falem oficialmente para esta região produtora sobre o nosso futuro a curto e longo prazo, com as unidades da região, rica em produção e de mão de obra, que faz a qualidade dos produtos que o mundo consagrou.
Infelizmente, não dá para dormir facilmente com tanto barulho e especulação.
Por favor, uma nota oficial imediatamente, é o que merecemos.
Obrigado.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cuidado com a prescrição!

Esta matéria ganhou destaque na Folha de São Paulo On line

‘Na véspera de sua confirmação para continuar no Cargo de Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação de 36 réus por envolvimento no esquema do mensalão. Somadas, as penas máximas chegariam a 4,7 mil anos de prisão. No STF o relator será o ministro Joaquin Barbosa.
O Procurador está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia.
Se o caso for julgado procedente e nenhum dos crimes prescrever, o publicitário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o esquema, poderá ser condenado a até 527 anos de prisão.
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), chamado de “chefe da quadrilha”, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pegariam até 111 anos.
Mesmo que o STF opte pelas condenações máximas, a legislação limita o cumprimento de pena a 30 anos, além de estabelecer regras para que os condenados diminuam suas penas.
Os réus sempre negaram a existência do esquema.
O STF não estabeleceu prazo para o julgamento. O processo do mensalão é um dos mais complexos que a Corte já recebeu.
“Foi engendrado um plano criminoso voltado para a compra de votos dentro do Congresso Nacional. Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber”, escreveu Gurgel.
Segundo o parecer, o grupo “agiu ininterruptamente” “entre janeiro de 2003 e junho de 2005 e era dividido em núcleos específicos, cada um colaborando com o todo criminoso em busca de uma forma individualizada de contraprestação”.
“Marcos Valério, na condição de líder do núcleo operacional e financeiro, foi juntamente com José Dirceu, pessoa de fundamental importância para o sucesso do esquema ilícito de desvio de recursos públicos protagonizado pelos denunciados”, afirma o documento.
Segundo Gurgel, o esquema tinha por objetivo, “mais do que uma demanda momentânea (...), fortalecer um projeto de poder do PT de longo prazo”.
Sobre Dirceu, ele escreveu: “Partindo de uma visão pragmática, que sempre marcou a sua biografia, José Dirceu resolveu subornar parlamentares federais, tendo como alvos preferenciais dirigentes partidários de agremiações políticas”.
“A força do réu é tão grande que, mesmo depois de recebida acusação por formação de quadrilha e corrupção ativa pelo pleno do STF, delitos graves, ele continua extremamente influente dentro do PT, inclusive ocupando cargos formais de relevo”, concluiu o procurador.
Gurgel pediu a absolvição de dois réus: o ex-ministro Luiz Gushiken e Antônio Lamas”.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E nós com isso?

Não repercute bem a iniciativa de um órgão estatal facilitar o crédito para negócios privados, como no caso específico da possibilidade de fusão do grupo Pão de Açúcar comandado por Abílio Diniz e o grupo francês Carrefour. O BNDES estaria abrindo crédito para tal operação que passa a casa de 4 bilhões de reais. Enquanto isso acontece nossos hospitais no país continuam pagando juros escorchantes se socorrendo a bancos comerciais para continuar funcionando. O texto da jornalista Eliane Cantanhêde merece ser reproduzido aqui, pois expressa muito do que pensamos.

“Nós, os leigos, que fazemos compras em supermercados, pagamos a mais alta taxa de juros do planeta e morremos em impostos extorsivos, precisamos saber --e entender-- o que afinal o BNDES pretende ao liberar R$ 4 bilhões para o empresário Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, comprar o Carrefour.
Será que é para baratear os preços de verduras, frutas, arroz, feijão, carne, produtos de higiene, material de limpeza e eletrodomésticos, por exemplo?
Improvável, pois, com o Carrefour e o Pão de Açúcar juntos, não há concorrência. Você aí acha que eles vão ajustar seus preços pelo menor ou pelo maior? Dá um chute. Pelo óbvio, tudo deve ficar mais caro.
Será, então, que os fornecedores vão ter melhores chances de barganha para seus produtos?
Improvável, pois os dois gigantes, unidos, vão poder pintar e bordar, além de impor seus valores a seu bel prazer. De novo, questão de mercado e competição, ou de não competição.
Ah! Então é porque a fusão vai gerar empregos no país inteiro?
Improvável. Ao contrário, aliás. Quando houver uma loja do Carrefour ao lado de outra do Pão de Açúcar, é mais do que razoável imaginar que uma das duas vá fechar. E os empregados vão dançar --no olho da rua.
Enfim, essa operação toda precisa ficar devidamente clara, à luz do dia. Até porque o BNDES, que é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, deve explicações ao excelentíssimo público sobre como está empregando os recursos com vistas --veja bem-- ao desenvolvimento tanto econômico quanto social. A fusão se encaixa aí?
A graninha boa que o BNDES está despejando corresponde a 85% do capital para concretizar o negócio, e o super-gigante resultante dos dois gigantes terá nada mais nada menos que 32% do varejo nacional.
Agora é que nós, os leigos, vamos ver se o Cade é mesmo para valer. No mínimo, queremos respostas para entender tudo direitinho, certo? Até porque, no final, nós é que vamos pagar a conta”.
* Eliane Cantanhêde