sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O interior faz lição de casa!

Nada podia ser mais sugestivo, interessante, inovador e exemplo de cidadania responsável. Foi no Espaço Plural, jornalismo diário da Vang FM, que nove comunidades do interior mandaram representantes para mostrar o que é possível fazer quando a união se faz presente, na prática. Foi uma conversa amistosa, franca, longe de legações partidárias, que os senhores Valdir Dalberto e Angelo Pagotto mostraram como aconteceu a primeira reunião entre representantes das comunidades de São Paulo do Gramado, Santo Antônio do Planalto, São Brás, Santo Agostinho, Linha 25, Gruta do Rio Marau, Gramadinho, Santo Antônio dos Trichês e Cachoeirão. Tudo começou em 6 de setembro com a primeira reunião e a primeira ata. Outro encontro aconteceu no dia 11 de outubro, já na cidade, na sala da terceira idade, informando ao prefeito as intenções desta organização. Nova reunião está agendada para a primeira semana de dezembro. O fato marcante é o estabelecimento de metas a serem buscadas, com fundamentação em estatísticas sobre a produção de diferentes culturas destas comunidades, contando inclusive com gráficos sobre recolhimento de impostos e outras contribuições para o Estado e para o município. Baseados nisso, agem como todo o cidadão deveria fazer e buscar os direitos, exigindo dos órgãos governamentais a infraestrutura para continuarem produzindo. A ideia, segundo os entrevistados, nasceu de um diálogo sobre as dificuldades que individualmente enfrentam os moradores no interior. Na hora do terço e da recreação do encontro de fim de semana em cada capela do interior. Há uma constatação que estaria faltando nesta região a criação de um futuro distrito, tal como existe em Laranjeira, São Miguel e Veado Pardo. Esta área do município, das comunidades citadas, historicamente é a que pior se encontram as estradas e formas de comunicação. Os membros desta associação de comunidades pretendem convencer os administradores e a classe política dirigente de que é possível ver atendida as exigências que vão de estradas transitáveis com qualquer tempo, telefonia adequada e internet em plenas condições de funcionamento.

Entende esta associação que se estas condições forem oferecidas, mais facilmente os nossos jovens ficariam ou voltariam para a origem do interior e lá exercitariam suas atividades profissionais e notadamente valorizando a agricultura familiar, incentivo sobre garantia de preços e financiamentos adequados com alongamento de prazos. Importa para isso condições básicas e fundamentais como estrada-energia e comunicação.

Para nós que fazemos jornalismo diário (JM/Jornal de Marau e Vang FM) por mais de 25 anos, esta foi das mais inteligentes iniciativas no município. Longe dos tempos em que havia um representante do interior indicado pelo prefeito no exercício do cargo. Teve seu lado positivo, mas outro negativo, nos casos das atenções como prioridade para aliados eleitorais.

Esta iniciativa, pelo que se observa, está longe dos partidos políticos e quebra o princípio de ficar devendo favores para os dirigentes destas agremiações e de quem detém cargo público. Trata-se de uma visão moderna e inteligente de colocar os interesses coletivos acima de colorações partidárias, simpatias e vaidades individuais. De forma organizada e solidária, os moradores do interior querem garantir boas condições para seus negócios e iniciativas que é desenvolver a atividade onde se encontram, sem precisar buscar as luzes da cidade, pecado de tanto tempo com o êxodo rural. Parabéns para estas comunidades. Que outras sigam o mesmo caminho. Trata-se de um lugar comum, mas está provado que a união faz a força. Tudo se resume em cidadania conquistada e qualidade de vida.oje são vários os programs de apoio a permanência do homem no campo. O crédito é menos burocrático para conseguir O ano de 2010 termina muito bem com esta notável iniciativa no interior de nosso município.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

47 anos depois?


Hoje dia 22 de novembro, marca uma data importante, que ficou na história americana e com repercussão no mundo todo. Foi no dia 22 de novembro de 1963 que em plena campanha para a reeleição presidencial, morria em Dallas, Estados Unidos, o presidente John F. Kennedy, aos 46 anos.

O local de onde partiram os tiros, por Lee Oswald, foi preservado e transformado em biblioteca no famoso 6º andar, que vitimou o jovem presidente. Estive visitando o local durante a Copa dos Estados Unidos de 1994 (tetra do Brasil). No local onde me encontro, passava o carro presidencial acompanhado pelo governador doTexas, que também ficou ferido. Os tiros partiram a última janela do alto do edifício a direita de quem olha. Hoje é um ponto obrigatório para turistas que visitam a cidade de Dallas. Com a morte de Kennedy, assumiu a presidência dos Estados Unidos, o vice presidente, Lyndon Jonhson, que passaria a ser o trigésimo sexto presidente dos Estados Unidos. Era natural do Texas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Efeito Cascata

Há um trenzinho da alegria em pleno movimento nos trilhos do Congresso Nacional. A onda é mesmo de equiparar salários pelo máximo. Há parlamentares que se manifestam contra, porém não recusam o aumento, se confirmado depois na votação da casa. É um corporativismo instalado e as próximas eleições são daqui a quatro anos. O povo esquece até mesmo em quem já votou na última eleição, certamente não lembrará na próxima. Hoje um deputado federal tem um salário R$ 16.512,09 (são ao todo 15 salários no ano). Verba de gabinete é de R$ 60.00,00 mensal. Média mensal como quota de auxilio outros em média R$ 29.268.00, mais auxílio moradia de R$ 3.000,00. Com um desejo de aumento se equiparando aos salários do Supremo Tribunal Federal (R$ 26.000.00), o custo total de cada deputado federal passaria a ser de R$ 108.780,18. Multiplique isto por 513 cadeiras e teremos um número que nem vale a pena publicar pelo resultado que representa este gasto com o que fazem de produtivo nossos representantes. Não pára por aí o escárnio com a população trabalhadora. O Senado tem um custo ainda maior. Cada senador vai onerar as finanças públicas em um valor mensal de R$ 137.568,87. São 81 senadores (três representantes de cada uma das 27 unidades federativas). Triste espetáculo é a existência hoje de 10 mil funcionários contratados só no Senado. Quatro mil tercerizados. Trabalhos tanto na Câmara quanto no Senado é de terça feira à tarde até quinta-feira ao meio dia e depois a revoada para os estados de origem. É uma verdadeira sangria desenfreada e com nenhuma possibilidade de se modificar a atual situação.

Pior que isto é que tudo se tornará por efeito cascata. Os Estados passarão a fazer o mesmo nas casas legislativas. Os municípios da mesma forma, já que a maioria das casas representativas reajustam salários em percentuais e índices ligados ao federal. O efeito cascata virá também com exigências dos funcionários da esfera governamental.

Vozes se levantam no congresso, mas serão sufocadas pelo bafo do gordo salário. Da sociedade passiva pouco ou nada se observa de tomada de posição. A imprensa cumpre o papel de demonstrar os abusos e nada de reação de entidades de classe que poderiam rugir, como CUT, sindicatos profissionais e União Nacional de Estudantes. Este último, subvencionado e patrocinado pelo governo, se cala convenientemente. Continuamos assistindo a tudo isso como se estivéssemos num país rico e de alta produtividade legislativa.

Tudo está a indicar que o trenzinho de aumento vai ser votado até o fim do ano. Os líderes dos partidos vão maquiar as intenções com anúncios de cortes aqui e ali para vender um produto melhor para a sociedade que mais uma vez vai se calar. Todos nós vamos pagar esta conta da ineficiência legislativa com mais impostos e substitutivos da CPMF com o pretexto de arrecadar para pagar o paquiderme da máquina pública emperrada já faz muito tempo. E por aí vai a farra e a sangria com o dinheiro do contribuinte.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fiasco do ENEM

Não poderia ser de outra forma as manifestações pelo país inteiro sobre as frustradas provas do Enem para facilitar o ingresso de nossos estudantes no ensino superior. As expressões vão de incompetência recorrente do ensino nacional. Quem não tem competência não pode se estabelecer. Os responsáveis pela elaboração das provas entendem alguma coisa de educação? Quem organiza as provas é o INEP ou é INEPto? Estamos a caminho do pré-sal, apuramos eletronicamente uma eleição com mais de 135 milhões de eleitores em algumas horas apenas e, neste mesmo Brasil não se consegue organizar uma prova de Exame Nacional de Ensino Médio. Será que é um caso de inversão de valores? Pois vejam, por estas terras o futebol tem mais prestígio que educação, políticos em Brasília e até mesmo um gol de Tiririca.

Tudo isso passa pela criativa cabeça dos brasileiros que manifestam suas angústias e descrédito de Norte a Sul com o descaso com a educação, quando milhares de jovens buscam conhecimento e querem mostrar o que sabem, para tentar um lugar ao sol no futuro. Não dá para o Brasil continuar ser aferido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) comparando o nosso país com Zimbábue, em colapso de guerra civil. Incrível o que a presidente eleita disse na campanha que “A educação no Brasil está bem encaminhada”. Inquieta aos mais esclarecidos que entidades como UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundários), sindicatos dos professores e outros órgãos de defesa dos estudantes e da educação no Brasil, fiquem só assistindo tanto descalabro e esta vergonha nacional. Já foram em outros tempos, combativos em várias frentes e movimentos. Estão todos no bolso do governo, com benesses de toda ordem. A frase não podia ser pior: manda quem pode e obedece quem se sujeita e se acovarda. Já nas classes mais pobres da população, repetem como nas favelas que... Está tudo dominado!

Diária pelo interior

Causou estranheza a notícia de que um Projeto de Lei do Executivo visa conceder diárias aos servidores públicos que se deslocarem dentro do município de Marau a uma distância superior a 10 km da sede. O assunto, que foi tema de forte embate no Legislativo, pegou de surpresa até mesmo vereadores e assessores da situação. O vice-prefeito Ivanir Roncatto, juntamente com o Secretário do Interior Telmo Pithan estiveram esta semana no Espaço Plural para tentar esclarecer o assunto. Nosso vice falou que outros municípios já utilizam desta ferramenta, afirmando que desta forma se faria economia no erário público. A oposição, através do Vereador Lencaster Foresti, já entrou com emenda ao Projeto para retirar o artigo em questão.

O tema é controverso e merece aprofundamento na discussão. Em tempos não muito distantes, e neste município, existiam formas para ressarcir os gastos com funcionários em trabalhos pelo interior sem tanta burocracia ou fiscalização. Hoje, os prefeitos pela Lei da Responsabilidade fiscal são forçados ao cumprimento do rigor da lei. A mesma lei que o legislativo estadual ou federal e mesmo os executivos não cumprem como deveria até pelo dever do exemplo. Há que existir uma forma de harmonizar trabalho com tratamento adequado no atendimento das demandas do interior.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ilação justificável

Mais uma vez o Brasil dá um belo exemplo de como se pratica a democracia sem maiores incidentes e com um escrutínio de urnas com algumas horas de processamento eletrônico. Mais de 135 milhões de eleitores deram vitalidade ao sistema democrático. Pela vez primeira uma mulher assume o comando deste país que deixa de ser emergente para se posicionar entre as dez mais sólidas economias do mundo. Se de um lado estamos comemorando avanços sociais inclusive, preocupa sempre os movimentos de bastidores. Sim, por que no Brasil no campo político é comum um exercício de visualização e outras tramas nos bastidores. Ninguém por exemplo falou do famigerado CPMF (Imposto sobre Movimentação Financeira), pois se pensava que estava sepultado de vez. Surpreende que a Presidente eleita retome o assunto, alegando que poderá voltar a ser aplicado, pois os governadores assim exigem para fazer frente ao sistema de saúde no Brasil, sempre anunciado como prioridade. A sociedade até entenderia se a certeza fosse que as receitas ficassem exclusivamente para a saúde, não caísse no caixa único e pudesse até ser descontado no Imposto de Renda a pagar, que na Austrália se adota. Se dirá espertamente que Dilma não aumentaria impostos. CPMF é contribuição e não imposto.

Este mesmo assunto não foi tratado no período de campanha, e agora o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, diz que é favorável a sua implantação e que isto é uma convicção sua, desde pequeno. Este é um assunto que deveria ter sido tratado de frente em plena campanha eleitoral. Os eleitores sentem-se agora traídos com a atual postura.

Evidente que oportuniza interpretações e ilações a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovando na quarta-feira uma proposta de emenda Constitucional (PEC) que determina realização de uma nova eleição para escolher o presidente da República se o cargo ficar vago. Evidente que deve passar por duas votações, uma na Câmara e outra no Senado. O texto estabelece que o país deva realizar em 90 dias nova eleição se o cargo de presidente ficar vago. Três dias depois de ter sido eleito vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) viu o congresso dar um passo para esvaziar a sua função no governo de Dilma Roussef.

De outra parte, se nota claramente que as declarações da presidente sugerem que para ocupar cargos não basta estar ligado a partidos coligados, precisa capacitação e vida ilibada. Também, merece considerações positivas o recado dado ao MST de que será tratado o movimento não como caso de polícia, mas de tema social. Dilma disse com todas as letras que não vai admitir invasões de órgãos públicos e nem propriedades privadas.

Os brasileiros todos devem torcer por um grande governo, pois as propostas foram expressivas e para cumprir a risca será necessário até mesmo saúde física para a nova presidente.

Fato positivo é que está nascendo um novo período com possibilidade de pleno desenvolvimento econômico e social.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um exemplo, um amigo!


O fim de semana foi de alegria e de tristeza ao mesmo tempo. De um lado a festa da democracia, e pelo voto uma mulher chegando ao poder na República. De outra, a morte de um colega de rádio, que deixa marcas profundas de dedicação e competência. Escrever sobre Olisses Minella, é ao mesmo tempo difícil e muito fácil. A sua simplicidade marcou uma trajetória de 51 anos nos meios de comunicação. Pelo menos trinta anos vivemos juntos e foi um aprendizado permanente. Conheci no ofício, centenas de profissionais. Nenhum como ele, em matéria de empatia com o seu público.

Lembro de muitos pelas vozes bonitas transmitindo mensagens. Ele, de forma singular, fazia chegar a mensagem. Trata-se de uma rara virtude na arte de se comunicar. Para sempre ficará o exemplo da pontualidade. Como entender e explicar que em 51 anos, levantando as quatro e meia da manhã, uma vez apenas chegou atrasado e por culpa do relógio. Bastou este episódio para lamentar que nunca deveria ter acontecido com ele. Como esquecer dos exemplos de ser o cartão de apresentação da Vang ao receber pessoas no trabalho ou ouvir tantas vozes atender com carinho o telefone ouvindo atentamente os que reclamavam ou celebravam a vida em todas as manhãs? Tratar com elegância e respeito aos ouvintes, corresponder a expectativa dos seus anunciantes e primar pelo gosto musical das letras de raízes de nossa cultura popular, foram outros atributos no Coração Sertanejo. Um pai exemplar. Um amigo em qualquer circunstância.

Um profissional competente e comprometido com a empresa onde trabalhava.Um cidadão, na acepção mais correta da palavra. Assim era Olisses Minella. Tive o privilégio de ter conhecido e convivido com este amigo que permanecerá sempre na minha lembrança. Obrigado, meu professor! Tenho certeza que continuará torcendo pelos nossos êxitos e para os novos projetos da Vang FM e JM/Jornal de Marau, que devem muito a você, pelo exemplo e pela dignidade de sempre.

Muito obrigado. Fica com Deus!