sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sem confete e serpentina

O jornalismo tem por primazia informar. A informação deve ser constante e atualizada. Essa é a lei do novo jornalismo: dinamismo. Nesse 28 de fevereiro, o JM e Vang FM completam 25 e 20 anos, respectivamente. Escolhida a dedo, a data coincide sempre com o aniversário de emancipação política e administrativa de Marau. Muito mais que fontes de informação, JM e Vang FM tratam-se de um patrimônio para a comunidade marauense e regional que recebem através do sinal de rádio ou das páginas do semanário, um ponto de vista, uma análise além da boa informação. Para essa data poderia ter sido programada uma grande festa com fogos ou cadernos especiais visando a boa arte de comercializar. Não somos contra, muito pelo contrário, isso é uma importante fonte de renda e de reconhecimento aos veículos realizado por empresas ou personalidades do município ou até mesmo regionais, desde que os votos fossem espontâneos. Poderíamos aqui também encomendar textos bem escritos por assessorias de governadora ou presidente da república. Isso é muito comum quando se busca afirmação. Traçamos um longo caminho com percalços, hora com dificuldades e por maioria das vezes satisfação em realizar um trabalho que deve ser julgado por leitores e ouvintes. Uma história que corre longe de governos, mas que nunca deixou de ter sua posição, contrário ou favor de qualquer ato na sociedade. Muito mais que a arte de informar, um veículo precisa ter posição. Quando se completa duas décadas e meia de atuação, é aconselhável uma reflexão e um balanço do que se contribuiu para a comunidade em forma de dissenso ou consenso. Um veículo de comunicação precisa sobreviver de conquistas, de triunfos, de aprendizado na dificuldade e sobrepor obstáculos com altivez e independência. Sem comemorações, projetamos novos dias repetindo o editorial de 28 de fevereiro de 1985, renovando compromissos com assinantes, leitores e com a própria sociedade.
Esta trajetória de 25 anos, de coragem, perseverança e independência, nos credencia a projetar o futuro com estreito vínculo com a comunidade. Pensando assim é que preferimos diluir durante o ano todo de 2010, inovações, avanços e profissionalismo na missão de informar e se posicionar com responsabilidade. Vem logo mais a cobertura da Copa do Mundo da África do Sul, acompanhando os passos da seleção brasileira junto com a Vang Fm, nossa parceira, que também comemora 20 anos de atividades em 28 de fevereiro com o mesmo ideário e profissão de fé nos valores da liberdade. Não é por outra razão que escolhemos a data de nosso aniversário, junto com o município. É que levamos o nome de Marau também no coração.
Editorial publicado na edição 674do JM/Jornal de Marau de 27 de fevereiro de 2010.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Omissão constrangedora de um líder


Não dá para aceitar calado, ver a postura passiva do nosso presidente Luis Inácio Lula da Silva em plena terra de Fidel Castro, silenciar diante da morte de um líder operário como ele em outros tempos. Na antevéspera da chegada de Lula em Cuba, morria Orlando Zapata, um dissidente do regime de Castro e defensor dos direitos humanos, depois de 85 dias de greve de fome. Raul Castro, comandante de Cuba, disse, como convém aos alucinados de esquerda, que o culpado é os Estados Unidos. Lula ouviu esta barbaridade e ficou quieto, enquanto o mundo civilizado condena as prisões arbitrárias em Cuba. O regime totalitário responde com proibição de manifestação no enterro do opositor morto, e o Brasil com sua confusa diplomacia se aquieta, se apequena e silencia. Fácil é esbravejar que a Argentina tem direito sobre as Malvinas. Pedir para que acabe a tortura na terra do amigo Fidel era o mínimo que a sociedade brasileira esperava de nosso guia. Fica fácil e muito cômodo dizer que não se pode botar a colher em terra dos outros. Em publicação no jornal O Globo da quarta feira, dia 24 de fevereiro, o líder do Movimento Cristão de Libertação acusa Lula de cumplicidade nas violações aos direitos humanos na ilha caribenha. Nosso presidente teria voz suficiente para dar um recado explícito ao regime cubano tão bem ligado sentimentalmente aos que militavam na romântica esquerda brasileira de outros tempos, inclusive com Lula operário e líder sindical. Para exercer sua liderança nas Américas e no Mundo como pretende o Brasil, pela sua grandeza e importância deve se posicionar mais claramente em favor das liberdades individuais e não comungar com ditaduras estilo Fidel e Chaves que tão bem conhecemos. Basta de ditaduras de direita ou de esquerda. É deplorável que morre em Cuba um dissidente e opositor ao regime em greve de fome, e o presidente brasileiro que está lá, fica mudo e não se posiciona em nome do respeito do povo que representa.
De fato, não foi um melhor dia para o presidente do Brasil desembarcar em Cuba, na sua derradeira visita como presidente, antes de deixar o comando do país. Logo o Brasil que abomina perseguições e desigualdades. Foi patético e constrangedor, ao meu juízo o silêncio de Lula, estadista em outras atitudes e certames internacionais. É uma pena. Por ter visitado Cuba por uns dias, conheci a forma como se faz lavagem cerebral de um povo bom e ingênuo que acredita em utopias e sonhos que nunca se realizam. Fica o nosso desagravo, o protesto e a vergonha de nosso governo Brasileiro pelo silêncio e omissão compactuar com um regime tão sanguinário, que sequer permite o direito de manifestar desacordo com a arbitrariedade e prepotência.
Era a oportunidade de Lula, um reconhecido líder mundial, expressar solidariedade aos que sofrem privações de liberdade e violações aos mais elementares direitos humanos.
Foto: Adalberto Roque/AFP

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Recomeçar, sempre!


A capa do JM/Jornal de Marau é significativa, pois reflete não um adágio popular, mas uma verdade cultural. Todos nós, nas mais diferentes atividades programamos nossos dias, reservando o fim de ano para festas, uma bebida a mais e depois as férias, descanso, confraternização, carnaval. Parece que tudo termina com os folguedos desta data tão bem celebrada no Brasil tropical. Se a análise for sob a ótica local, não parece ser verdade que a vida começa depois da data de carnaval, pois neste ano, segundo um consenso geral, foi fraca, sem brilho e longe de outras comemorações nas ruas e nos clubes. Interessante que temos até a ousadia de achar culpados pela forma como comemoramos e sem brilho os folguedos de momo.
Tanto os clubes, nas noites de rua, nas sedes dos blocos, todos com menos participação. Experimentados que somos em fazer jornalismo, notamos o grau de dificuldade de cinegrafista fazer material para um programa de televisão e juntar gente no salão do Liberdade na noite gorda da festa popular.
Pessoas de meia idade já nem se via no clube. Os integrantes de blocos preferiram ficar em suas concentrações e ali festejando a chegada da data.
Também existe outra verdade, que não podemos ocultar. Carnaval não é uma festa que agrada a todo mundo. Muitos preferem até deixar a cidade para não ouvir sequer as marchinhas tão tradicionais. Ou será que se toca marchinhas ainda nos carnavais do Brasil?
Achar culpados pela pouca participação ou por festas de salão ou na rua com pouco brilho, não é o melhor caminho. A atribuição de melhorar o carnaval, não pode ser somente de autoridades da área cultural e social. Uma pergunta precisa ser imediatamente respondida: como explicar que em cidades menores e próximas da gente a festa continua com brilho e maciça participação popular?
É primeiro dever de aproximação e organização dos que preferem a continuidade desta festa. Carnaval deve ser como outra festa qualquer que exige programação, para não dizer a palavra chave: planejamento. É dever dos blocos, das direções de entidades e os agentes de cultura do município buscar iniciativas adequadas para que no ano de 2011 apresentem um quadro mais animado de uma festa que dá indicativos de se encaminhar para o fim.
Claro que a vida não é só carnaval. Verdade que o momento é olhar para frente. É a hora, como diz nosso título de capa, de recomeçar. É na escola, no trabalho e nos nossos relacionamentos diários. Se o carnaval não foi dos nossos sonhos, que o restante do ano seja de alegrias e realizações.
Editorial publicado na edição 673 do JM/Jornal de Marau de 20 de fevereiro de 2010.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vaidades no judiciário e um basta à impunidade


É só prestar um pouquinho de atenção e se observa diferentes posturas entre os magistrados nas cortes superiores deste país. Entre um voto e outro nas grandes decisões, sempre se evidencia alfinetadas para alguns membros do judiciário. A decisão de negar habeas corpus em favor do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, para liberá-lo da cadeia, o Ministro Marco Aurélio Mello, ao proferir sua decisão mandou recados para o presidente da Suprema Corte, Ministro Gilmar Mendes, quem tem sido generoso ao libertar gente do colarinho branco ou políticos. Anuncia-se que nesta quarta-feira, o mérito do pedido de habeas corpus para Arruda será julgado em sessão da Primeira Turma ou no Plenário do Supremo. A expectativa é geral no país para a decisão dos pares no Supremo Tribunal Federal. Fato positivo é que Arruda passou o carnaval preso numa sala da Polícia Federal em Brasília. Alguns apostam que para não perder seus direitos políticos acabará renunciado ao cargo de governador. Na decisão de negar o habeas corpus em preliminar, o ministro Marco Aurélio Mello fez um texto primoroso como a anunciar o fim da impunidade para gente graúda. Vale a pena reproduzir pelo menos uma parte:
"Eis os tempos novos vivenciados nesta sofrida República. As instituições funcionam atuando, como Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário. Se, de um lado, o período revela abandono a princípios, perda de parâmetros, inversão de valores, o dito pelo não dito, o certo pelo errado e vice-versa, de outro, nota-se que certas práticas-repudiadas a mais não poder, pelos contribuintes, pela sociedade-não são mais escamoteadas, elas vêm à baila para ensejar a correção de rumos, expungida a impunidade. Então, o momento é alvissareiro".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Dever de imprensa


Sempre que um fato acontece na sociedade, fica uma grande expectativa quanto ao posicionamento da imprensa de sua cidade e a forma como será tratado o assunto. Devemos reconhecer que historicamente os dramas sociais e a conduta dos cidadãos não são tratados com o mesmo peso e com a mesma medida. A imprensa, de um modo geral, com mais ou menos coragem noticiam sim, mas é constatação, que geralmente os mais desfavorecidos pela sorte e menos posicionados na escala da sociedade,terminam , até com fotos e recebendo destaque maior pelos crimes que praticam. Quem faz jornalismo deve ter o cuidado suficiente para não exagerar na dose da informação. É fato que de uns tempos para cá, parece que as notícias sobre gente importante também vão para a crônica policial com mais naturalidade. É um indicativo do amadurecimento da imprensa. No caso dos envolvidos com o contrabando de pneus é o tipo de acontecimento que mede até onde nossos veículos estão preparados para noticiar o fato e também não exagerar no sensacionalismo. Notamos nas redações da Vang e do Jornal de Marau, um cuidado e questionamento permanente sobre a forma que se deve tratar o fato e a notícia, especialmente no terreno policial. Equilíbrio, isenção e responsabilidade, são ingredientes que não podem faltar para uma justa informação. Procuramos agir assim, com a chamada “operação pneus”, desencadeada pela Polícia Federal. A regra é, não tripudiar sobre os desatinos e infortúnios de ninguém. Respeitar a dor das famílias de quem tem alguém envolvido. Agir com o espírito de atender o interesse público e relatar o fato com prudência e senso de justiça, para oferecer aos nossos ouvintes e leitores, a informação mais próxima possível da verdade. A missão e a arte de informar tem relação muito próxima com o grau de confiança que os nossos veículo recebem diariamente. A este respeito e atenção que recebemos procuramos responder com a segura informação.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Em nome da decência




Nosso rei Roberto Carlos não poderia ter mesmo outro comportamento, sendo coerente com sua biografia e carreira de maior ídolo do país. Por esta e outras atitudes é que leva o respeito da imensa maioria do Brasil. Roberto Carlos recusou convite para se apresentar na festa dos 50 anos da existência da capital federal, Brasília. Para o rei “seria delicado” aceitar um convite feito pelo governador José Roberto Arruda no momento em que se investiga denúncias e corrupção contra ele e sua administração. “O Brasil está indignado com essa situação. Houve desvio de um dinheiro que é nosso, do contribuinte. A gente prefere não se expor” afirma o empresário, Dodi Sirena. Que bom se outras pessoa agissem assim, e não só movidos pelos números. Na vida, uns tem valor, e outros tem preço. É uma questão de preferência que cada um de nós pode escolher. O exemplo de Roberto Carlos é significativo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bom, bonito e barato


A rede de lojas Volpato comemora em grande estilo e com promoções os 40 anos de atividades. Presente hoje em meia centena de cidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, as organizações Volpato trás nos promocionais da mídia seu diretor presidente, Moacir Volpato. Todos sabem que paralelo a sua atividade de empresário bem sucedido está a veia política. Foi duas vezes prefeito pelo PDT de Lagoa Vermelha e hoje milita no Democratas. Deverá ser candidato nas eleições deste ano. Bastou que nos comerciais aparecesse sua imagem e os adversários políticos já estão se preparando para denunciá-lo à justiça por propaganda eleitoral. Na manhã de sexta- feira, dia 5, entrevistei o velho amigo na Vang . Ele ficou sabendo pelo programa que o assunto estava no rodapé da pagina de Rosane Oliveira da Zero Hora. Ficou surpreso com a informação que passei e ainda disse: Não sei o que essa moça tem contra mim.
Dono da rede de Lojas Volpato, Moacir vem publicando anúncios do negócio com sua foto. O slogan! "Volpato, bom, bonito e barato” e a frase, “Nosso maior compromisso é trabalhar para sua satisfação”.
O empresário e político Moacir Volpato, pela lógica da vida e por ilação do que acontece com o Presidente Lula, não vai ter problema algum com a legislação eleitoral como propaganda antecipada. Pelo menos é o que eu penso.
Vejam o caso do nosso presidente que deixa a mulher Letícia em casa e sai pelo mundo com a Dilma fazendo campanha abertamente pela sua sucessão. Se isto não é propaganda antecipada, por qual razão que o dono da loja não pode fazer o mesmo, vendendo os produtos que tem, assim como o presidente vende com inaugurações as obras que fez? Diante disto, alguém tem dúvida de possível punição? Haverá sempre um jurista que fará comparações sobre os dois comportamentos e como a lei deve se posicionar nos dois casos. Será um mesmo peso para as duas atitudes? É o que a gente espera ver.