quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Omissão constrangedora de um líder


Não dá para aceitar calado, ver a postura passiva do nosso presidente Luis Inácio Lula da Silva em plena terra de Fidel Castro, silenciar diante da morte de um líder operário como ele em outros tempos. Na antevéspera da chegada de Lula em Cuba, morria Orlando Zapata, um dissidente do regime de Castro e defensor dos direitos humanos, depois de 85 dias de greve de fome. Raul Castro, comandante de Cuba, disse, como convém aos alucinados de esquerda, que o culpado é os Estados Unidos. Lula ouviu esta barbaridade e ficou quieto, enquanto o mundo civilizado condena as prisões arbitrárias em Cuba. O regime totalitário responde com proibição de manifestação no enterro do opositor morto, e o Brasil com sua confusa diplomacia se aquieta, se apequena e silencia. Fácil é esbravejar que a Argentina tem direito sobre as Malvinas. Pedir para que acabe a tortura na terra do amigo Fidel era o mínimo que a sociedade brasileira esperava de nosso guia. Fica fácil e muito cômodo dizer que não se pode botar a colher em terra dos outros. Em publicação no jornal O Globo da quarta feira, dia 24 de fevereiro, o líder do Movimento Cristão de Libertação acusa Lula de cumplicidade nas violações aos direitos humanos na ilha caribenha. Nosso presidente teria voz suficiente para dar um recado explícito ao regime cubano tão bem ligado sentimentalmente aos que militavam na romântica esquerda brasileira de outros tempos, inclusive com Lula operário e líder sindical. Para exercer sua liderança nas Américas e no Mundo como pretende o Brasil, pela sua grandeza e importância deve se posicionar mais claramente em favor das liberdades individuais e não comungar com ditaduras estilo Fidel e Chaves que tão bem conhecemos. Basta de ditaduras de direita ou de esquerda. É deplorável que morre em Cuba um dissidente e opositor ao regime em greve de fome, e o presidente brasileiro que está lá, fica mudo e não se posiciona em nome do respeito do povo que representa.
De fato, não foi um melhor dia para o presidente do Brasil desembarcar em Cuba, na sua derradeira visita como presidente, antes de deixar o comando do país. Logo o Brasil que abomina perseguições e desigualdades. Foi patético e constrangedor, ao meu juízo o silêncio de Lula, estadista em outras atitudes e certames internacionais. É uma pena. Por ter visitado Cuba por uns dias, conheci a forma como se faz lavagem cerebral de um povo bom e ingênuo que acredita em utopias e sonhos que nunca se realizam. Fica o nosso desagravo, o protesto e a vergonha de nosso governo Brasileiro pelo silêncio e omissão compactuar com um regime tão sanguinário, que sequer permite o direito de manifestar desacordo com a arbitrariedade e prepotência.
Era a oportunidade de Lula, um reconhecido líder mundial, expressar solidariedade aos que sofrem privações de liberdade e violações aos mais elementares direitos humanos.
Foto: Adalberto Roque/AFP

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