sexta-feira, 24 de junho de 2011

Reação civil urgente!

Impressiona as mensagens que chegam ao interativo da Vang apelando para que nossos veículos auxiliem no combate aos assaltos, furtos e roubos com frequência nos diferentes pontos da cidade. Nos últimos dias, com características idênticas na forma de agir, assaltantes invadem residências, mantém familiares na mira de armas levam tudo de valor. O pânico já está estabelecido. Ninguém mais quer ficar sozinho em casa. Furtos de automóveis fazem a média de um carro por dia sumindo do nosso meio. A sociedade se tivesse hoje que responder alguma pesquisa, certamente colocaria a segurança em primeiro lugar.

A angústia é ainda maior quando se sabe que elementos que foram condenados por assaltos e furtos no passado até recente, continuam soltos, graças a frouxidão de nosso sistema penal, que facilita a soltura destes elementos.

A sociedade precisa se organizar civilmente, pois já não dá mais para contar só com governo, órgãos que deveriam se preocupar com a segurança da população. Verdade é que muito pouco se vê de estudos e estratégias para tentar coibir todos os abusos que a cidade assiste. Pior é que muitos já admitem como normal tantos assaltos e ainda dizem que é fruto de uma cidade que se desenvolve economicamente e atrai muita gente de fora. É uma desculpa que não podemos aceitar. É dever do governo do Estado oferecer segurança para o cidadão que paga impostos para tal finalidade. O governo municipal, por sua vez, não pode ficar passivamente esperando que o Estado cumpra esta obrigação. Nosso prefeito precisa trazer para seu gabinete a organização de estratégia e garantir investimentos para o povo se sentir mais protegido no patrimônio e pessoalmente. Onde estão os controles de acesso de veículos que entram e saem de nossa cidade? Onde estão as câmeras para controlar os trevos e entradas da cidade? Onde estão as câmeras para ver quem entra e sai da cidade pela rodoviária? Onde estão os sistemas de controle de vigilância por câmeras em pontos de maior movimentação nas avenidas e esquinas importantes da cidade? Não venha dizer que este investimento é atribuição federal ou estadual.

Culpar simplesmente a Secretaria de Trânsito e Segurança é muito simplista. Verdade também é que esta secretaria é mais subjetiva do que objetiva. Onde estão os recursos desta secretaria que não dispõe sequer de verbas para compra de novos semáforos. Esperamos que o prefeito Zanchin, que é tido como hábil estrategista e articulador político, mostre seus dotes também para unir entidades e órgãos que representam a sociedade, depois de suas merecidas férias. Precisamos de planos estratégicos para diminuir o alto índice de infrações que acontecem na cidade. A sociedade está assustada. Famílias estão presas, cercadas de grades, reféns em suas próprias casas, enquanto a marginalidade campeia, contando com o beneplácito da frouxidão da Justiça e das legislações imperfeitas.

Já que autoridades pouco ou nada fazem, solução inteligente é formação de quarteirões, onde moradores se protegem mutuamente pela tecnologia e estratégia de ação. Basta para impunidade. É preciso reação estratégica e menos demonstração de medo coletivo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Corrupção já

O tema é recorrente. Até se poderia repetir o que já escrevemos em outros editoriais sobre a possibilidade dos espertalhões levarem a beirada com as obras da Copa. Nunca aceitamos favores da CBF e nem viajamos com a delegação. Estivemos em 8 (oito) copas realizadas e passamos por todos os continentes. Em todos os lugares, os mesmos da Confederação Brasileira de Futebol, levando suas vantagens acobertadas pelo organismo FIFA, tão podre quanto o poder no esporte no Brasil. Escândalos de apadrinhados com direitos de muitos ingressos para vender no câmbio negro, assaltando patrícios que comparecem aos jogos da seleção com o espírito de nacionalidade. Lembram a Copa de 98 na França? Agências de viagens, ajudadas pela CBF aprontaram com o calote dos ingressos pagos antes de sair do Brasil. Lembram do escândalo na Alemanha, onde ingressos exclusivos da CBF foram vendidos escancaradamente por 500 euros (quando valiam 45 dólares), e por cambistas de outras federações? Lembram recentemente o que a FIFA fez com a África do Sul? Exigências do absurdo em obras para depois no final passar a borracha e aceitar estádios em precárias condições (Ellys Park, como exemplo)?. Tudo isso e muito mais o jornalismo da Vang e JM documentou. Muitos grandes jornalistas e outros veículos de comunicação poderiam denunciar. Encobrem e silenciam, mas a gente entende, embora não aceite os favorecimentos que tem. Existe escândalo maior do que praticar valores estratosféricos para turistas embarcarem para uma copa? Qual a razão do silêncio com estes abusos das agências de viagens? É obvio que tem gente levando vantagem.

Pois os Teixeiras continuam mandando. A FIFA que não admite que outro poder a fiscalize, exige do Brasil muito mais do que o necessário para promover um mundial. Defendemos a Copa do Brasil, pois as obras servirão para se usufruir no futuro e para benefício de toda a população. Pior é lembrar a farra que o Brasil fez na Suíça bancando o próximo mundial, e agora capitular na sua obrigação de fazer com austeridade e transparência a sua parte. Lá atrás avisamos nesta mesma página, que era para ficar atento com a falta de pressa nas licitações. Era o indicativo que logo adiante se diria que “por falta de tempo precisamos abrandar as exigências nas licitações”. Dissemos mais, ainda teremos a Copa por Medida Provisória. E exatamente aconteceu.

Senhores, exatamente aconteceu. O caminho da corrupção está aberto, quem tem estômago se habilite nas licitações. Não esqueça de deixar a beirada para muito político também. Com o argumento de que apenas 7% das obras já foram feitas, surge a salvadora MP 527 (Medida Provisória) onde o governo abranda as exigências e entrega a bandeja para empreiteiros, especuladores, políticos e gente graúda se fartar com o dinheiro que falta para a saúde, para a educação e para o tudo o mais do país das cestas básicas.

Pior é o argumento de que deve haver sigilo sobre os orçamentos.

Líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, PT de São Paulo, candidamente argumenta como se a gente fosse otário, que a dispensa e obrigatoriedade de sigilo sobre orçamentos ocorrerá somente na fase de contratação da obra - na execução, haverá transparência.

Presidente DILMA, não foi para isso que a elegemos. Por favor, não desrespeite a inteligência de seus eleitores. Uma declaração tão “cândida” e pueril é motivo suficiente para trocar de liderança de seu governo no Congresso.

terça-feira, 14 de junho de 2011

CBF na mira da Record


Há muito tempo a gente vem relatando em nossas coberturas de Copa do Mundo, os bastidores do futebol e seus interesses obscuros. O Presidente da entidade máxima nacional, Ricardo Teixeira, vai se perpetuando no poder como um ditador. Rola pela internet um texto creditado ao jornalista Juca Kfouri, inimigo declarado da CBF, leia-se Teixeira, no qual expõe sua visão sobre a Copa do Mundo do Brasil em uma palestra no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau. E lá pelas tantas ele cita: “O comitê organizador da Copa na França era presidido por um ex-jogador, Michel Platini. Na Copa da Alemanha, o comitê era presidido por um ex-jogador de futebol: Franz Beckenbauer. Como aqui não temos nenhum jogador de grande nome, nenhum craque, o presidente do comitê é também o presidente da CBF: senhor Ricardo Teixeira. E a secretária executiva desse comitê é a dona Joana Havelange (filha de Teixeira, neta de João Havelange). Esse presidente do Comitê, dez anos atrás saiu com 17 indiciamentos de uma CPI em Brasília”.

Agora Ricardo Teixeira é alvo de sérias denúncias baseadas em documentos que apontam para suspeita de propinas, recebidas na década de 90 e divulgadas em ampla reportagem na rede britânica BBC.
A Rede Record iniciou no domingo, uma série de reportagem intitulada “Cartola: Jogo Sujo” e que esmiúça o crescimento patrimonial do presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Existe também um jogo de interesse, não podemos esquecer do lance envolvendo a compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, em que as principais redes de televisão estavam envolvidas. Agora a coisa parece esquentar.


Clique aqui e assista a reportagem.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A impressão que fica

Na vida a gente precisa tirar ensinamentos de todos os fatos que acontecem. Foi uma semana cheia de ingredientes sociais e políticos. Em Brasília a queda de Palocci, sem que ficasse claro como se faz e opera o milagre de ficar milionário com simples consultorias para empresários desconhecidos. De todo lamentável que se queira colocar uma pedra em cima, sem divulgar os nomes que se escondem nas cláusulas de confidencialidade. Certamente muita gente com informações privilegiadas e tráfico de influências também levaram suas vantagens numerárias. É de se lamentar a forma como se protege figuras assim, e na saída os presentes se levantam para aplaudir quem se despede, como se nada devesse esclarecer para a sociedade.

Os brasileiros honestos não suportam mais vassouradas para debaixo do tapete. Trocam ministros para a importante pasta da Casa Civil. Trata-se de um cargo onde está a chave da presidência. Na sexta-feira foi escolhida a Senadora Ideli Salvatti para Articulação Política e o Deputado Luís Sérgio, ex-articulador, foi para o Ministério da Pesca. Já os interlocutores do PMDB, Michel Temer, José Sarney e Renan Calheiros, fazem a seu modo e estilo a pressão para garantir e abocanhar fatia cada vez maior no governo. Deseja-se força e principalmente saúde para Dilma exercer o posto sem a influência de figuras que a sociedade já conhece de carteirinha pela discutida idoneidade.
Outro fato marcante da semana foi a votação do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade do ato do ex-Presidente Lula em não autorizar a extradição do italiano Cesare Battisti. A Itália protesta e anuncia recurso no Tribunal de Haia. O fato está consumado, pois o Brasil não aceita arbitragem sobre o caso.
O ruim de tudo isso, são as questões de retaliação que certamente virão. O próprio Battisti tem o direito de buscar indenizações morais a luz do direito, pelo período que se manteve preso, pelo menos do tempo em que Lula havia impedido sua extradição. Deveria ter sido solto naquela oportunidade. E quando nossos tradicionais ladrões dos cofres públicos se esconderem na Itália, conseguiremos repatriar para o Brasil para serem julgados? Para os bandidos brasileiros a Itália pode ser o melhor refúgio no futuro. Perante a população da Europa, principalmente na Itália se reforça a imagem que possuem de nós, a mesma que temos do Paraguai e vizinhos bem conhecidos de governos de esquerda.
Resta esperar como o Brasil diplomaticamente se posicionará com outro vizinho incômodo, a Bolívia, que pelo presidente Evo Morales autoriza que todos os veículos roubados no Brasil sejam legalizados imediatamente. É esperar para crer as medidas de proteção que o Brasil vai adotar. Não dá mais para se relacionar apenas pela simpatia e amizade. O Brasil alega que o caso Battisti foi analisado no campo jurídico. Aqui na América o Brasil tem tratado por outra ótica os desmandos de governos chamados populares.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Questão de educação e respeito



A solução para o problema está longe de acontecer. Diante dos flagrantes de falta de cidadania, é fundamental, primeiro passar pela punição exemplar. Depois o início de uma operação educação, envolvendo escolas e famílias sobre a forma adequada de se desfazer do lixo que produzimos em casa e na sociedade. É notório que os filhos hoje estão reeducando seus pais, quando na volta da sala de aula e nas experiências que a escola proporciona, corrigem práticas que não são mais adequadas para o momento presente.

Temos visto muitos relatos de filhos, dizendo que os pais assimilam bem o que eles aprendem na escola. A cidade também necessita de melhor aparelhamento e orientação sobre a hora, o dia, a forma de destinar o lixo que é recolhido pelo sistema de coleta existente. A separação do lixo é também outra necessidade que se impõe.
São tristes os flagrantes que colhemos diariamente sobre abandono de lixo em pontos diferentes da cidade. A foto que ilustra o editorial está à disposição nos fundos da reserva natural em ótimo bosque da Perdigão. Este depósito clandestino está situado logo atrás dos silos da Perdigão e o Loteamento Antônio Carlos Oltramari, na parte Sul da cidade.

Quem passa em uma estrada não pavimentada que une o bairro referido até a empresa Bevel, percebe o triste espetáculo que mal educados fazem com o meio ambiente. Alí se encontram depositados sobras de uma noitada, com data e tudo da programação de uma casa noturna de Marau, como prova da irresponsabilidade dos que manejam com o lixo.
Solicitamos que o pessoal da área que controla o meio ambiente monitore o local e passem a perseguir os malfeitores da natureza e se possível enquadrar os responsáveis pelos desrespeitos.
Está melhorando um pouco a nossa perimetral da ERS 324, com a limpeza das laterais deixando mais clara a visibilidade das placas de orientação ao trânsito. Mas se observa ao logo de toda a extensão da perimetral muito lixo abandonado como prova de que não somos educados.
Medidas mais severas precisam ser ativadas. Campanhas de envolvimento de empresas, escolas, clubes sociais, entidades, comércio e indústria devem ser providenciadas imediatamente, com o objetivo de educar a população para contribuir com uma cidade mais harmônica e mais digna para a gente morar.




Editorial publicado na edição 737, 04 de junho de 2011, do JM/Jornal de Marau.

Utopia do consenso

O “balão de ensaio” foi lançado, tenta pousar em terreno fértil. Está faltando adubo para vingar. Movimento assim é, nitidamente, para tirar a temperatura da política local. Isto acontece sempre neste período pré-eleitoral. Quando se aproxima o tempo de renovação dos quadros municipais, aparece esta ideia como solução para a continuidade ou como forma de cortar atalhos para se chegar ao poder. Muitas vezes os propósitos são no sentido de dividir o prato do que no final ficar fora da divisão do bolo. A solução de governo por consenso, geralmente parte do pressuposto de que está instalada a ingovernabilidade, que não é o caso presente. Nem estamos em crise de calamidade. O caso de Marau parece que é o medo dos dois grandes (PP e PMDB), se obrigarem a ceder espaços para os eternos coadjuvantes vingarem o sonho de se tornarem protagonistas, e chegarem ao poder. Podem não ter nomes em evidência, mas facilitaria um bom projeto com o envolvimento da sociedade.
Não se tem informação mais precisa, e é bem possível que seja só especulação, que líderes dos pequenos estão conversando sobre o presente e conjecturando o futuro. É nítida a realidade que os partidos hoje coligados foram esvaziados, com afastamento de principais lideranças. É neste terreno que o adubo transforma a terra fértil para movimentos dos mais espertos. Também fica só na especulação de que os descontentes de todos os partidos esboçam sinal de reação com possibilidade de uma via alternativa para discutir o Marau programático. Coisa, aliás, que nunca acontece. Ou alguém lembra se em algum momento o município viu um programa nascer primeiro escolhendo depois quem será o mais credenciado para executar o projeto? Não temos lembrança de nada parecido. É da nossa cultura primeiro chegar ao poder e depois estabelecer governos de improviso e com um mínimo de planejamento, loteando cargos. A prática é de cargos para filiados e apadrinhados.
O JM/Jornal de Marau e a própria Vang FM entendem que os veículos de comunicação devem ser claros e explícitos sobre o que a comunidade merece como representação do Legislativo e Executivo. Não é exagero na atualidade que vivemos, não só em Marau, mas no país, ter gente representando partidos sem a mínima noção de sua filosofia programática e seus principais ideários.
Não condenamos o diálogo entre partidos, mesmo que opostos e adversários, no campo político e ideológico. Dialogar é o melhor instrumento do mundo civilizado. A propósito, a sabedoria de Ulisses Guimarães sugeria que “a saliva entre políticos é a argamassa do entendimento”. O que não concordamos é que apenas alguns líderes se reúnam, geralmente às escondidas, para lotear interesses. As bases de todo o partido que se preza, deve participar permanentemente de qualquer decisão na construção de seu destino.
Marau não precisa de consenso. Precisa de respeito aos partidos políticos. Antes disso, estes mesmos partidos devem se oxigenar, se dar o devido valor e não prostituir sonhos por festivais de cargos e gratificações, como indústria de governo.
Seremos a favor do consenso, se antes dos nomes, tivermos projetos, programas, rumo e norte. Passo seguinte, escolher juntos com governantes, secretários e principais cargos de governos antes mesmo das eleições propriamente ditas. Aí sim, com nomes de excelência, buscar nas urnas a legitimação dos acordos. Cá entre nós, isto não faz parte do mundo real, logo é impensável acontecer. É perda de tempo emprestar apoio a este tipo de consenso, que alguns poucos sonham construir. Fora disso, há um jogo claro de arquibancada com palavras bonitas e um conchavo nos porões.
Nossa função como jornalismo é alertar para esta realidade presente.



Editorial publicado na edição 736, 28 de maio de 2011, do JM/Jornal de Marau.