sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Atraso que preocupa

A semana foi de angústia por parte dos produtores integrados de frangos e suínos ligados a Doux Frangosul. Foi oportuno a entrada em ação da Procuradoria do Ministério Público pressionando a empresa para saldar seus débitos em atraso com os 2,2 mil produtores. Reuniões foram realizados com a Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e Associação de Suínos (Acsurs), tentando encontrar caminhos de solução. Ações judiciais poderiam garantir patrimônio da empresa para tranquilizar os credores. Produtores estão mobilizados para receber o atrasado. Pelo menos 10 processos de cobrança tramitam em diferentes instâncias, e um grupo de 13 integrados ganhou na Justiça posse temporária de matrizes. Fica claro que sozinha a empresa não consegue sair da situação em que se meteu. Evidente que o melhor caminho ainda é a negociação com a continuidade das atividades da empresa. Por conta desta realidade, está no Brasil o presidente da Doux com sede na França, Charles Doux. Já na chegada disse que busca parceiros e investidores para aportar recursos e com isso viabilizar soluções.
Fato marcante é que a redução de alojamento de frangos e suínos terminou por afetar ainda mais o volume de abates.
O Estado do Rio Grande do Sul, atento ao problema, está agora analisando a possibilidade de que tenham ocorrido movimentações financeiras da empresa, com remessa de receitas à sede do grupo Doux, na França. Sabe-se que a empresa no Brasil já declarou que tem dificuldades para fazer pagamentos atrasados.
Na nossa região, são dezenas de agricultores que não recebem há mais de 3 meses.
A dívida com produtores é estimada em R$ 50 milhões, existem casos de alguns produtores que não recebem há mais de seis meses.
A semana termina com uma informação de fonte digna de crédito que as negociações estão sendo consolidadas com a Brasil Foods (Grupo Perdigão) na compra da Unidade gaúcha da Doux ligadas aos integrados de suínos.
Resta saber se realmente a empresa francesa está mesmo disposta a abrir mão de suas operações no Brasil.
Parece que não há outro caminho a não ser a parceria ou compra por uma empresa do mesmo ramo e com experiência, para estimular a continuidade do sistema cooperado, de frangos e suínos.

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