sexta-feira, 18 de março de 2011

É preciso fechar o Detran e Daer

Prestaria um relevante valor social se o atual Governador tomasse uma medida drástica e definitiva. É que a sociedade não aguenta mais tanta imoralidade em dois órgãos que deveriam ser exemplo de probidade. Trata-se, ao que se sabe e ao que se ouve, de um feudo e reduto para compadrio coligado. Isto foi em todos os governos. Não será diferente também no atual, se não forem tomadas medidas urgentes. Lembramos que foi no governo de Olívio, quando o deputado Beto Albuquerque presidiu a Secretaria de Transportes, que o jornalismo da Vang e JM questionou o então titular da pasta sobre a necessidade de acabar com o Daer. O Secretário Beto Albuquerque usou a máxima que conhecemos: “Ruim com o Daer, pior sem ele”. Passaram-se outros governos e continua a irregularidade campeando, comprometendo a imagem da instituição e do próprio governo. Funcionários graduados ou não transigem com a imoralidade e pior, causando prejuízos para o contribuinte e para o erário estadual. Pois vivemos os últimos dias com novas denúncias de escândalo nos contratos dos pardais instalados no Estado e com participação e conivência de municípios. Revelação de esquema entre fabricantes, lobistas, representantes de empresas, agentes do governo e dirigentes municipais fazem com que o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público entrem na questão para elucidar os fatos. Não é diferente no Detran, com denúncias de que empresas fornecedoras de equipamentos para implantação de pardais e lombadas eletrônicas pagam funcionárias que trabalham dentro do departamento estadual na cobrança de multas e autuações de supostos infratores no sistema viário. Existe um esquema comprovado de perdão de multas para privilegiados. A situação é tão absurda que não resta outro caminho senão fechar as duas instituições, não mais para balanço, mas para liquidação total e acabar de vez com a imoralidade e prática perniciosa e viciada do clientelismo patrimonialista, que vem desde os tempos do descobrimento do Brasil se aperfeiçoando com o passar dos anos. Somos, como se nota, fruto de uma cultura cada vez mais acentuada dos que pregam no discurso o liberalismo econômico e iniciativas privadas sem desprender o laço umbilical com o patrimônio público e seus governos. Não se constitui novidade, empresas e empresários prosperarem mantendo relação promíscua entre o público e privado. Isto é “privilégio” em maior ou menor grau, nos municípios, nos Estados e na União.

Um sinal bem singelo de que a imoralidade existe quando se nota um vai e vem de gente, sem cadeira para sentar, entrando e saindo tanto do Daer quanto do Detran. Se por ventura um dia passar algum tsunami, certamente haverá centenas de desaparecidos na lógica que nunca compareceram ao trabalho.

Não nos importa a ressonância do que aqui escrevemos. Continuamos vendo como alguns anos, que a única forma é reinventar e enxugar os quadros das instituições estaduais, que alimentam a cultura viciada da corrupção, da arte de levar vantagem a qualquer preço.

Por ventura, existe alguma diferença entre quem compra e quem vende corrupção?

Certamente existe uma reserva moral entre os funcionários das instituições aqui analisadas. Cabe a ela denunciar o que sabe, pois não se justifica que os bem intencionados continuem a viver no mesmo local. Não dá para probos e velhacos repartirem o mesmo ar e o mesmo espaço. Em nome da moralidade, certo é, reinventar o Daer e o Detran, começando pelo seu fechamento.

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