sexta-feira, 25 de março de 2011

Sinais de vida

Foi uma semana de perdas e de conquistas. No trânsito continuaram os acidentes. Na 324 ficaram danos materiais de expressiva monta e uma morte fatal. A velocidade, imprudência e irresponsabilidade são as causas principais de tantos desgostos e preocupações. Outras duas mortes se destacaram. No mundo da fantasia do cinema, a morte de uma deusa. Elizabeth Taylor (1932-2011) foi uma das mais talentosas e belas atrizes que Hollywood conheceu. Mulher de oito casamentos, dona de fascinantes olhos violetas. Mais de 50 grandes produções. Vida tumultuada, paixões avassaladoras, álcool, drogas e finalmente doando suas jóias para sua fundação de amparo aos que convivem com a Aids. Os jornais do mundo preferiam colocar em suas capas, quase na totalidade, uma foto com a exuberância de sua beleza e juventude para prestar a homenagem ao ícone do cinema. Fica em resumo o que deixou escrito a colunista Maruja Torres, geralmente dura na crítica no jornal espanhol “El Pais”. Encheu-se de ternura para definir a atriz: Morte? Engano. “Sobreviveu a todos, à fama, à beleza, ao álcool, às pílulas, aos bons inimigos e aos maus amigos, às paixões e a sí mesma”!- eis o “grand finale”.

A semana termina com outro tipo de morte. A da decepção dos brasileiros bem intencionados, vendo o STF anular a validade da Ficha Limpa na política nacional de 2010. O Supremo preferiu entender que a lei não poderia ter sido aplicada na última eleição por causa do princípio da anualidade. Pela Constituição Federal, qualquer mudança no processo eleitoral só pode acontecer se for promulgada um ano antes do pleito. A Ficha Limpa foi sancionada em junho do ano passado, depois que mais de um milhão de assinaturas foram recolhidas em proposta popular. O TSE enquadrou os que estavam condenados pela justiça e agora o STF joga um balde de água fria no sonho de moralizar a política nacional. Ainda não se tem certeza se a Ficha Limpa valerá para as eleições de 2012. O que o Supremo fez, foi alegar que feria a Constituição pelo principio da anualidade. Foi um tipo de morte na esperança de quem pretende moralizar as instituições e os cargos de representação popular.

E a vida? Exemplos de reconstrução dos japoneses, depois de perderem tudo. Não perderam a dignidade de se levantar com altivez como povo vocacionado ao trabalho e fundamentados na educação, como princípio de vida.

Em Brasília, um sinal de vida com o novo governo Dilma. Finalmente, o Brasil também passa a entender que regimes totalitários não podem ser tratados por amizades pessoais. Ao abrir seu voto em favor de inspeção da ONU para fiscalizar abusos no Irâ, o Brasil mostra novo norte na diplomacia. A Presidente Dilma, símbolo da descrição muda a posição do país em relação ao Irã e vota a favor de uma resolução no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Sinais de vida, de esperança de novos dias pela diplomacia e o novo governo do Brasil. Bem vidos, a todos estes sinais de vida.

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