sexta-feira, 16 de março de 2012

Tropeçar na realidade

Quem governa gosta de pontuar os fatos positivos. Geralmente, não gosta de expor os acontecimentos negativos. Raros são os que lutam para transformar o limão em limonada e respeitar a liberdade de imprensa. Estes são os grandes democratas. Aqueles que até gostam que a imprensa levante temas e depois corrija, demonstrando ser sensível para o jornalismo sério e responsável. O Rio Grande do Sul assiste nos últimos dias inconformidade e posicionamento do governo Tarso Genro sobre dois temas que tem relação com a campanha eleitoral. Até que tem aceitado críticas.

O primeiro assunto diz respeito ao Piso do Magistério. Quando Ministro da Educação já sinalizava para a recuperação digna da remuneração dos professores. Na campanha eleitoral para o governo, disse que implantaria o Piso Nacional. Agora, com a visão do outro lado do balcão, pede calma e pretende escalonar até o fim do mandato a implantação do piso que hoje é de R$ 1.450,00, para 40 horas. O Rio Grande do Sul figura como o Estado que paga o menor salário básico aos professores. É um escândalo. Isto contraria o discurso ufanista que tanto fazemos sobre escolaridade, nível de educação e deixando cair por terra a expressão que já foi corriqueira: os gaúchos são os mais politizados do Brasil.

O governo não quer o piso Fundeb. Causa desconforto entre os partidos aliados o discurso de Tarso que gostaria de ver aplicado o índice Nacional de Preços ao Consumidor ( INPC).

A Lei Federal é pela conformidade do reajuste pelo Fundeb. Cabe ao governador, que defende a importância de estar aliado ao governo federal, comprometer a União para socorrer prefeitos e governadores que não dispõem de meios para cumprir o que determina a Lei. Estranho é que mais de 15 Estados cumprem a lei, e aqueles que são menos expressivos e de tradição como o Rio Grande do Sul. Primeiro passo é repactuar as dívidas dos Estados para com a União.

Outro tema de campanha foi o fim de alguns pedágios. Está na lembrança a promessa de imediata retirada do pedágio entre Caxias do Sul e Farroupilha. Continua arrecadando e desgastando o governo. Agora o drama é pela renegociação ou não das concessões de pedágio.

Até se fala em implantação temporária de Pedágios Comunitários, para não deixar cancelas abertas enquanto novos editais de concessões para a iniciativa privada não são autorizados.

Serve de alerta para todos, em tempo pré-eleitoral. Ao se fazer afirmações sobre ideias futuras é recomendável toda a cautela para não tropeçar na realidade.

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