sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Leitura, o bem primeiro

Saudamos aqui um movimento que ganha corpo em Brasília. Parlamentares e artistas se movimentam para reivindicar a redução de impostos do setor fonográfico, a fim de baixar os preços na produção musical. Cantores, como Raimundo Fagner e Sandra de Sá, estão liderando movimento junto ao Ministro Guido Mantega, da Fazenda. O Ministro orientou aos técnicos para encontrar uma saída para baratear o preço dos discos gravados e anunciou medidas neste sentido para atender o mundo fonográfico. Bom seria que se aproveitasse a deixa para tentar baixar os custos na produção da impressão de livros e similares, estendendo-se aos jornais, com menos incidência de impostos para que mais exemplares cheguem na mesa dos nossos patrícios. Antes de se colocar celulares, segundo projeto do governo, na cesta básica do bolsa família, o livro deveria chegar primeiro. O celular vem num ano eleitoral, para atender a todos os que recebem o Bolsa Família e mais sete reais para mantê-lo em funcionamento. Com livros subsidiados, a população logo adiante, nem precisaria de auxílio.
Quanto mais esclarecida uma população, menos circo de graça e menos pão do favorecimento. A dignidade se imporia e cada um buscaria o seu peixe com mais dignidade e satisfação de poder, pelo seu talento, colocar na mesa seu sustento de dignidade com liberdade de escolha.
Há um porém nesta idéia absurda. Se isto viesse a acontecer, a liberdade de escolha no voto, também seria pela consciência e não pelo roncar das barrigas. É que nos curais que ainda persistem, e muito, a conveniência do analfabetismo imperando, servindo de muleta e amparo para os coronéis de nossa vida pública se perpetuando no poder pela forma histórica do clientelismo. Sabemos da cultura de se institucionalizar o problema e não de resolver a pobreza, analfabetismo e miséria.
Também estamos preocupados com a questão musical e seu alto custo. Torcemos para que se adotem medidas para acabar com a proliferação da pirataria e que sirva para atender a toda a produção cultural, seja em que gênero se esteja fazendo arte. Com discos mais acessíveis e de qualidade, todos saem ganhando. Os artistas, o mundo fonográfico e o consumidor brasileiro.
Justo quando a gente tem oportunidade de ver uma exitosa feira de livros na capital e uma realização cheia de conquistas da Jornada de Literatura de Passo Fundo, viria em boa hora medidas de impostos reduzidos sobre as publicação de livros no país. Para uma sociedade independente, de esclarecidos, nada melhor do que investir no médio e longo prazo, com acesso aos livros e ao esclarecimento.
Será que convém medida assim para quem já domina o mercado dos votos da população Brasileira?
Esta é a questão para estadistas da educação continuarem a luta, como Cristovam Buarque, nosso Senador, que de Brasília faz ecoar pelo país a necessidade de uma revolução cultural, seguindo o que pregava o grande arcebispo de Olinda, Dom. Helder Câmara. O Brasil precisa muito de mais gente assim comprometida como estes dois brasileiros que são paradigmas de educação. Só teremos outros, se fruto da leitura e do esclarecimento. Salve pois o livro! salve com ele, a liberdade!

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