sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A sociedade responde

O episódio da mobilização popular deve servir para uma análise criteriosa de um despertar para a cidadania. Mais de duas mil pessoas fizeram a maior manifestação de protesto que a cidade tem lembrança. Era tarde de trabalho, ameaça de chuva, trânsito difícil no pico do horário o que terminou por impedir que outros chegassem a tempo para o início da caminhada até a comunidade de São Luis. A manifestação foi pacífica até quase o final. Foram extremamente positivas também as iniciativas de um grupo de fazer inserções no asfalto como desabafo pelo descaso com nossos governos que se sucedem sem resolver o problema. Houve sim, um momento de apreensão sobre o desfecho daquela concentração e o enfrentamento com a Polícia Rodoviária. Deu para perceber claramente que muitos policiais de Marau que foram chamados para dar reforço as operações da Polícia Rodoviária fizeram o suficiente para impedir agressões de parte a parte. Tinham certamente em mente, os perigos que familiares seus também passam diariamente na famigerada estrada. Seria de todo conveniente nestas alturas dos acontecimentos que a polícia não parta para a retaliação com aplicações de multas a qualquer pretexto só pelo fato de o veículo ter placas de Marau. Denúncias neste sentido já chegaram a nossa redação. Caminhões de um empresário que liderava o protesto, já no dia seguinte, teve três veículos multados por supostos defeitos encontrados pelos policiais rodoviários.
Compreensível também as críticas bem localizadas, de certas figuras carimbadas, interpretando o fato como prejudicial aos eternos protocolos e acordos firmados com o Daer e sem solução. Se sentiram quem sabe desprestigiadas por não terem a coragem de estar na dianteira da manifestação popular. É que a população parece que está perdendo o encanto pela classe política que ganha o carimbo de enrolação e acomodação. Dá para perceber também que a população quer, mesmo que seja pela força de manifestos assim, resolver e apressar aquilo que é promessa, discurso, conversa e principalmente protocolos que se mostram ineficientes e improdutivos.
Parece que alguns, do alto de suas vaidades, vislumbram nestas iniciativas da população, tentativas de divisão nos movimentos que reclamam solução. Pelo contrário, continua valendo o caminho do entendimento e da negociação, mas não se pode desprezar o que o povo fez pelas mãos, expressando a dor e indignação pelo desleixo das autoridades. As imagens que correram o Rio Grande, com certeza, foram fundamentais pela ação do governo que já estão sendo confirmadas. As obras em São Luis devem iniciar antes do dia 7 de dezembro. Este gesto de extravasar o grito contido, ganhou dimensão de cidadania e começa a produzir frutos.
Está provada a tese que é pela pressão que as democracias avançam e se solidificam. Parece ser o caso deste encontro do povo soltando a voz represada da cidadania. Foi também um desagravo aos que morreram e uma homenagem as famílias que suportam com dificuldade a dor de perdas irreparáveis.
Valeu a sua participação. Definitivamente, Marau não será mais o mesmo.

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