terça-feira, 20 de julho de 2010

Injustiça com FHC


Vou reproduzir aqui um texto de Rosane de Oliveira da página 10 da Zero Hora de domingo, dia 18. Me identifico integralmente com este texto:


“Se os candidatos e partidos não tivessem virado escravos das pesquisas – quantitativas e qualitativas -, é possível que o PSDB não fizesse o que está fazendo com sua figura mais ilustre, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Porque as pesquisas dizem que ele não é popular como seu sucessor, o PSDB tirou FH da campanha de José Serra. Nem à convenção do partido o presidente de honra compareceu. Fidalgo, viajou para o Exterior em nome de um compromisso agendado com antecedência e deixou os tucanos livres para fazerem a festa ao lado de figuras de porte de Roberto Jefferson (PTB), Rodrigo Maia (DEM) e Roberto Freire (PPS).
Serra ainda tem como mudar o rumo dessa história, mas até aqui incorre no mesmo erro de Geraldo Alckmin, que perdeu a eleição de 2006 para o presidente Lula: renegar Fernando Henrique, em vez de explorar seu legado. Não é qualquer partido que pode se apresentar como patrocinador de um programa de estabilização econômica que deu certo depois de tantas tentativas fracassadas, mas o PSDB em campanha não valoriza a figura de FH. Pior do que isso, esconde o que tem de melhor em seus quadros.
Em vez de perder a paciência com quem levanta o tema da privatização, Serra deveria lembrar que, antes do governo de FH, um telefone fixo chegava a custar US$ 3 mil no mercado paralelo e um celular que hoje se compra em supermercado era artigo de luxo pelo qual se tinha de esperar quatro ou cinco anos. Alckmin também entrou no jogo do PT em 2006 e não assumiu a defesa das políticas de FH.
Nos últimos anos o PT fez um minucioso trabalho de desconstrução da imagem de FH. A se julgar pelas pesquisas, funcionou: do governo dele, os eleitores parece que só lembram os erros, e os tucanos evitam dar destaque ao nome do ex-presidente quando querem falar dos acertos.
Na sexta-feira, em Pernambuco, Serra demonstrou certo desprezo ao falar de FH. Disse que o líder tucano e o presidente Lula “são mais parecidos do que parece”, porque não tentaram fazer a reforma política que ele, Serra, sugeriu. É verdade que Lula e FH não se empenharam no assunto, e que comparar um ao outro não é ofensa: são dois presidentes eleitos e reeleitos por seus méritos. A diferença é que o PSDB, ao não defender FH dos ataques adversários, corre o risco de ver seu primeiro presidente entrar para a história sem o devido reconhecimento pelo que fez de positivo”.

Em tempo: “Os mesmos petistas que tentam desqualificar Fernando Henrique Cardoso não se constrangem de dividir o palanque com os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, dois governos que o país gostaria de esquecer”.

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