Casuísmo, não!

Muito cuidado com declarações de que não quero isto, sou contra aquilo... Sempre que a afirmação é de um político, geralmente quer dizer exatamente o oposto. Nosso guia sempre afirma que é contra, mas ao mesmo tempo elogia os plebiscitos da Venezuela, Bolívia e outras republiquetas periféricas. Folgo em ouvir o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, dizer que qualquer tentativa congressista pedindo emendas no parlamento ou na Constituição para propor terceiro mandato, terá a desaprovação do Supremo por ser contra o princípio republicano em se perpetuar no poder, além de ser medida casuística. Foi oportuna a manifestação do presidente da Suprema Corte, para evitar investidas dos que pretendem estabelecer na política brasileira mecanismos bem localizados em matéria de interesse. Por outro lado, também já acontecem movimentos no Congresso, tentando a prorrogação de mandato de presidente, governadores, deputados e senadores para as eleições gerais em 2012. Também acho importante esta manifestação, para dar um chega para lá na tentativa de mudar a regra do jogo em pleno campeonato. Defensores da prorrogação, dos mais diferentes partidos, dizem que se todas as eleições fossem realizadas em 2012 haveria uma economia ao país de R$ 10 bilhões.
Pelas regras atuais, as eleições municipais ocorrem com um intervalo de dois anos do pleito para presidente, governador, deputado estadual, federal e parte do senado. Se as eleições de 2010 fossem adiadas em dois anos, o calendário seria unificado em 2012.
Estou entre os que preferem o sistema atual, respeitando a Constituição, que é a carta maior de um país civilizado.