sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Arte de antecipar campanha!

Vem do Ministro da Suprema Corte, Gilmar Mendes, uma das frases mais verdadeiras da semana: “Nem o mais cândido dos ingênuos acredita que é fiscalização de obras”. Tem referência pelas constantes viagens do Presidente Lula e sua comitiva, incluindo sua candidata preferida, Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Com isso se recomenda uma fiscalização se o Governo não está na prática antecipando as eleições de 2010. Tem razão o Ministro do Supremo Tribunal Federal quando questiona que nestas visitas se está entregando brindes, havendo sorteios, festas e cantores e não pode ser uma forma de fiscalizar obras. O assunto está em debate por se tratar do uso de recursos públicos para estas constantes viagens pelo país.
Já para o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Carlos Aires Brito, entende natural que pré-candidatos ligados ao governo sejam beneficiados nas campanhas eleitorais e que é comum a antecipação de campanha em anos pré-eleitorais. É difícil segundo diz, separar ações do Governo da propaganda eleitoral. “É uma tentação muito forte para o político antecipar o processo eleitoral”, afirmou Ayres Brito.
Em todos os níveis de Governo na estrutura política do país, sempre existe esta possibilidade de maior exposição na mídia e nos atos onde o executivo participa. Se olharmos para o caso específico de Marau, não estamos exagerando que existe uma candidatura explícita e exposta com visibilidade nunca vista, mesmo que as eleições sejam em 2012. O caso que analisamos é a forma como o vice-Prefeito, Ivanir Roncatto participa de todos os atos internos e externos do governo. Prefeito, sempre está com seu vice em todos os atos, ou representa o prefeito até mesmo em casos onde o mesmo teria condições de estar participando. Ninguém precisa ser cientista ou analista político para perceber que é seu candidato preferido, deixando para o PMDB indicar seu vice.
Daí a se entender que o PDT que fez a maior convenção partidária no município, superando até o PP e PMDB, e com seus mais de 500 filiados, não pode abdicar do diálogo e se organizar internamente, para deixar de ser mero coadjuvante e participar como protagonista na renovação dos quadros administrativos desta cidade.
Quem assume o comando da executiva deve estender a mesa do entendimento e respeitar os números da convenção e a ala que arregimentou 117 votos. Foi um solene recado de que o diálogo precisa prosperar para solidificar um partido que dá demonstração que tem vida em seu seio e pode evoluir muito nos próximos meses. É só pensar que as democracias avançam quando houver respeito às minorias e com isso se aprimora a política e os partidos, principalmente. É preciso entender o recado da última convenção.

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