sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia do benefício, véspera da ingratidão!

A data de 10 de junho produziu um fato político em Marau, que exige no mínimo, uma profunda reflexão. É do comportamento humano, receber benefícios e depois trair. Na vida de um homem existem muitos tipos de morte enquanto ela própria não vem. A mais dolorida delas tem a marca da ingratidão. Parece ser o caso em que está postada a verdade sobre o sonho frustrado de um honrado político de nossa cidade. Teve a coragem e hombridade de retirar-se de sena do que empunhar as mesmas armas da deslealdade de alguns companheiros de partido e até mesmo de coligação. Menos mal que boa parte da sociedade compreende que respeito e vida honrada são predicados que se recomenda para quem exerce a vida pública. Política não pode ser somente projeção pessoal. Política, no entendimento de Rui Carlos Gouvêa, é empreender e conjugar esforços para buscar o bem comum. Foi assim, reto, coerente, probo, em todos os postos que exerceu, na vida pública ou privada e escolhe estes predicados para se despedir da vida política. Não é favor nenhum , quando afirmamos que trata-se de uma das personalidades públicas que mais primou pela ética , respeito e fidelidade à princípios, partidos e aos amigos. Enquanto alguns políticos se auto promovem a todo o custo e sem escrúpulos, ele com resignação, altivez, caráter e honra , justifica à sociedade a atitude que tomou. Fez muito bem preferir uma conversa franca com a imprensa de sua cidade, do que fazer conchavos de bastidores, tão comum nos tempos de hoje.
Marau está cheio de exemplos, dos que conseguem lugar ao sol, deixando para trás amigos que estenderam a mão. Na vida não faltam dos que, recebem apoio e conseguem o objetivo, logo depois viram com naturalidade as costas. A traição, para alguns, parece ser a marca de virtude que manipula, a especialidade de tapinhas nas costas, fingir, dissimular. Não é nada diferente no episódio da candidatura que se perde por capricho, inveja interesses outros urdidos pela ingratidão. Poucos são os democratas que preferem o cotejo no campo aberto das idéias, nunca na forma rasteira do afago para depois trair.
Quem no PDT de Marau, não recebeu uma palavra amiga, apoio, atenção e fidelidade, do Rui Gouvêa? Quantos são os que podem na vida dizer com orgulho que chegaram a algum lugar sozinhos? Muito poucos.
Parece ser verdade certos jargões. Quem não sabe se equilibrar, com uma mão na lama e outra na consciência não prospera na política. Quem não tem jogo de cintura e não tem estômago não pode viver na política. O ex-prefeito por duas oportunidades, não se enquadra neste perfil. Preferiu retirar-se da luta com altivez,do que seguir o caminho da falta de ética . É merecedor, portanto, de todo o respeito pela sua sábia decisão.
Na vida não é justo chegar por qualquer preço a determinado objetivo. Não podemos comungar com os que pensam que o jogo do poder é o da sedução e da dissimulação. Ética, respeito, dignidade, fidelidade deve ser o norte da vida partidária. Parece que nesta aldeia, nem tudo corre nesta direção. As lideranças do PDT e que hoje respondem por esta agremiação, devem pelo menos refletir sobre a forma como agiram diante da pretensão de seu principal nome da agremiação. A sociedade esclarecida está chocada com tanta deslealdade. Foi desumanidade o que alguns, dentro do partido e fora dele, fizeram para prejudicar o caminho de um cidadão honrado e que já deu provas cabais de sua grandeza. Já renunciou outras vezes em favor do coletivo, mas parece que sua lição não foi assimilada. É de dar pena a postura de certas figuras caricatas que com a maior naturalidade, tentam se aproximar agora com evasivas, afagos e carinhos. Este 10 de junho, é uma data para nunca mais ser esquecida. A atitude do Rui, foi um fato marcante na política. O dia em que a honra foi escolhida como modelo, para a renúncia, e não a trapaça, tão comum entre políticos de baixa envergadura moral. Certamente o velho Ulisses Guimarães, do alto de sua sabedoria, nesse momento deve estar dizendo : “ O dia do benefício, continua sendo a véspera da ingratidão”.
Editorial publicado na edição 689 do JM/Jornal de Marau de 12 de junho de 2010.

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