segunda-feira, 14 de junho de 2010

O apartheid continua existindo

A segregação entre brancos e negros está mais no plano econômico. As diferenças entre uns e outros é gritante. Basta só uma olhada superficial que se percebe que os negros tem sua realidade e os brancos (menos de 10%) é que fazem parte dos grandes grupos econômicos e é o que termina por influenciar no comportamento das pessoas. Oficialmente, sob o ângulo da legislação vigente, todos são iguais, perante ela. Na prática, consiste a diferença. É no automóvel, no vestir, nas oportunidades de empregos, nos locais que frequentam, nas atividades esportivas e culturais que se revelam as diferenças. Existe uma separação de fato. Ninguém pode negar. Há muito caminho a percorrer para encurtar estas distâncias. Ao entrar em restaurante um pouco mais elegante se observará que os brancos estão lá. Já referido pelo Luigi em seu blog, a diferença se percebe até na nova linha de metrô. Uma coisa que todos podem perceber é que os africanos são receptivos e generosos. Já descobri que é conveniente andar sempre com alguma coisa que identifique o Brasil. Não sei se é só pelo nosso respeitado futebol, acho que tem a ver com nossa formação de povo, que tem o sangue africano fazendo bem nas nossas veias. É agradável estar aqui, respeitando e ser respeitado e contando sempre, com um sorriso sincero dessa gente.
O que dizer de Nelson Mandela?

Os livros e os filmes fazem a gente ter a imagem de um grande líder. Ele que passou pela principal segregação, a de prisioneiro político. Quando a África do Sul foi confirmada como sede deste mundial, realizei todos os esforços para aqui estar. Via no futebol também a chance de conhecer um pouco mais da vida e obra de um grande líder. Não sou nada para definir. Quem define melhor é a paixão do povo para esta figura de 92 anos que irradia simpatia e otimismo, embora as dificuldades de saúde. Os monumentos se sucedem. Sua infância no bairro de Soweto, os locais onde foi preso, as marcas pessoais e o exemplo de vida, são preservados com muito carinho pela imensa maioria negra e o respeito dos brancos.Tive a oportunidade de visitar a sela e o local onde cumpriu seus primeiros três meses de cadeia no hoje transformado Constitution Hill (presídio masculino e feminino situado em uma das colinas de Johanesburgo).
Sela onde Mandela foi encarcerado virou memorial
A prisão foi desativada em 1982. Trata-se de um museu vivo que guarda histórias dramáticas dos confinados pela atividade política. Pretendo visitar a ilha de Robbem, onde Mandela cumpriu sua pena de mais de 20 anos. O futebol tem proporcionado esta realidade. Obrigado, mundo da bola.

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